Guiné-Bissau: candidatura de Sissoco Embaló “acusa Nyusi de ingerência nos assuntos internos” – Correio da Kianda
“A declaração do Chefe da Missão de Observação da União Africana, Filipe Nyusi, constituiu, de forma inequívoca, um atentando à soberania nacional, uma forma de ingerência nos assuntos internos da Guiné-Bissau”.
Foi com estas palavras, que o representante do candidato Umaro Sissoco Embaló, junto à Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Paulo Semedo, reagiu em conferência de imprensa, os pronunciamentos de Filipe Nyusi, sobre as eleições na Guiné-Bissau de 23 de Novembro deste ano, que terminaram em golpe de Estado.
Referir que o ex-Presidente moçambicano disse esta quinta-feira, 04, que “existem resultados da votação e vencedor do escrutínio na Guiné-Bissau, que terminou num golpe de Estado, os quais devem ser publicados”.
“Porque se aceitou que houvesse eleições lá? Porque até à última hora, quando se fechou a urna e se selou depois de terminar, não havia esse problema. Então existem resultados. Tem de se publicar”, frisou Nyusi em declarações à Rádio Moçambique.
Entretanto, a candidatura ligada ao presidente deposto, Sissoco Embalo disse que qualquer testemunho de quem não presenciou o escrutínio corre risco de ser falaciosa, perigosa e infundada”.
“As declarações foram infelizes e perigosas por, apesar de o seu autor se encontrar em Bissau, este estava completamente alheio aos factos do dia 26 de Novembro, assim sendo, não pode testemunhar do que não viu”, afirmou José Paulo Semedo, representante da candidatura de Sissoco Embaló.
Respondendo as declarações de Filipe Nyusi sobre a interrupção do processo de contagem uma vez que as eleições foram livres e pacíficas, apontado indirectamente suposta intenção de um dos prejudicados nas urnas estar interessado na actual instabilidade, o político bissau-guineense, José Paulo Semedo, acusa o ex-Presidente moçambicano de “ingerência”.
“As declarações dos três constituem um atento à paz social, um perigo à nossa nação, na medida em que estas declarações criam expectativas infundadas, que podem servir de ânimo para um conflito social que pode perder o controlo, por isso, repudiamos esta atitude”, vincou ainda.
Tudo isto acontece numa altura em Fernando Dias da Costa, o candidato da oposição do país agora liderado por militares, que foi apiado pelo PAIGC, reivindica a vitória do pleito.
A ausência de divulgação oficial dos resultados das eleições, após o golpe militar de 26 de Novembro tem gerado incerteza e especulação sobre o futuro político do país.
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