A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), alertou, esta segunda-feira, para o recuo da liberdade de expressão no mundo, tendo caído 10% entre 2012 e 2024, um retrocesso comparável ao ocorrido com a Primeira Guerra Mundial.
Conforme avança Mundo ao Minuto, esta é uma das principais conclusões do estudo “Tendências munidas do jornalismo: configuração num mundo de paz 2022/2025”, publicado esta segunda-feira, e que destaca a ligação entre tendências preocupantes no ecossistema mediático, com o aumento da autocensura, enfraquecimento das instituições, queda da confiança pública e aprofundamento da polarização.
A quebra na liberdade de expressão coincidiu “com retrocessos em matéria de igualdade, juntamente com uma crescente hostilidade para com jornalistas, cientistas e investigadores ambientais”, alerta a organização, enquanto o domínio das grandes tecnologias criou “um terreno fértil para a propagação do discurso de ódio e da desinformação na Internet”.
“Em conjunto, estas pressões políticas, sociais e comerciais estão a minar a liberdade, a pluralidade e a diversidade dos meios de comunicação”, destaca a UNESCO, além de salientar os efeitos prejudiciais da inteligência artificial generativa, que nos últimos dois anos já conseguiu aprofundar a crise de valor dos meios tradicionais.
Entre 2012 e 2019, a contracção no índice de liberdade de expressão foi moderada, mas acelerou a partir de 2020 e, sobretudo, a partir de 2022, a um ritmo de 1,30% ao ano, muito acima da taxa média do período 2012-2024 (0,86%).
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