Foi anunciado hoje, 16, pelo grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), a retirada da cidade estratégica de Uvira, tomada na semana passada, no leste da República Democrática do Congo (RDC), a pedido dos Estados Unidos.
De acordo com Corneille Nangaa, coordenador da Aliança do Rio Congo/Movimento 23 de Março (M23), coligação liderada pelo grupo rebelde, tratar-se de “uma de medida unilateral de promoção da confiança para dar ao processo de paz de Doha a melhor oportunidade possível de alcançar soluções duradouras para o conflito”.
“O M23 vai retirar unilateralmente as suas forças da cidade de Uvira, a pedido da mediação dos Estados Unidos”, enfatiza o grupo rebelde em comunicado.
O M23 insta os garantes do processo de paz a estabelecerem medidas adequadas para a gestão da cidade, incluindo a desmilitarização desta, a protecção da população e infra-estruturas e a fiscalização do cessar-fogo através do destacamento de uma força neutral”.
O pedido após “experiências passadas, em que as Forças Armadas da RDC e as milícias aliadas Wazalendo tentaram “aproveitar as medidas de promoção da confiança do M23 para recuperar o controlo de território anteriormente perdido e atacar a população considerada simpatizante da Aliança”.
A declaração foi divulgada depois de o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ter advertido, no sábado, 13, que “as acções do Ruanda no leste da RDC constituem uma clara violação dos Acordos de Washington e que os Estados Unidos tomarão medidas para garantir que sejam cumpridas as promessas feitas ao Presidente” Donald Trump.
A cidade de Uvira foi ocupada na quarta-feira última pelo M23, um poderoso grupo rebelde apoiado pelo Ruanda, de acordo com a ONU e vários países ocidentais.
A cidade, localizada nas margens do lago Tanganica e na fronteira com o Burundi, serviu como sede do governo designado por Kinshasa em Kivu do Sul após a queda de Bukavu, capital provincial, nas mãos do M23 em Fevereiro passado.
A ofensiva rebelde nesta região rica em minerais ocorre apesar de o Presidente congolês, Félix Tshisekedi, e o homólogo ruandês, Paul Kagame, terem assinado um acordo de paz, em 04 de Novembro, em Washington, na presença de Donald Trump.
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