FNLA: Ngola Kabango defende liderança jovem para revitalizar partido – Correio da Kianda

O militante histórico da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Ngola Kabango, manifestou o seu apoio à ascensão de uma liderança jovem no próximo congresso do partido, considerando o rejuvenescimento um passo essencial para manter viva a chama do antigo movimento de libertação nacional.

Em declarações à Rádio Correio da Kianda, no programa “Bancada Parlamentar”, Ngola Kabango recordou que a FNLA atravessou um período de profundas dificuldades internas que fragilizaram a sua organização, situação que começou a ser revertida em 2021, com a eleição da actual direcção liderada por Nimi-a-Simbi, orientada para a reimplantação do partido dos “Irmãos” em todo o território nacional.

O político sublinhou que, enquanto antigo combatente da FNLA, tem dado o seu contributo para que o partido recupere o seu espaço no cenário político nacional, após cerca de 21 anos de afastamento e fragilização, período que descreveu como marcado por uma “mão invisível”.

Projectando o futuro, Ngola Kabango, também conhecido por “Yala Nkunvu”, afirmou que a FNLA está a “sacudir a poeira” para reafirmar-se como um partido libertador, comprometido com a construção de uma nova Angola, assente em valores de unidade, inclusão e desenvolvimento.

Defendendo de forma aberta o rejuvenescimento da liderança, Kabango apelou à entrada de sangue novo, maior representatividade das mulheres e à valorização dos mais velhos, os cotas, no papel de conselheiros, e não na ocupação de cargos de topo.

O antigo dirigente esclareceu ainda que, aos 83 anos de idade, já não tem ambições de assumir a liderança do partido, sublinhando que o seu papel é de orientação e apoio estratégico.

Ngola Kabango afirmou que a sua maior ambição é ajudar a FNLA a reencontrar-se politicamente e garantiu que, quando chegar o momento oportuno, poderá assumir uma posição pública sobre o apoio a um candidato. Para já, assegura que apoiará uma candidatura jovem no próximo congresso, por acreditar que só uma nova geração poderá garantir a continuidade e a relevância do partido no actual contexto político.