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Antigos atletas do 1.º de Agosto denunciam falhas na Segurança Social. INSS confirma incumprimentos em vários clubes – Correio da Kianda

Depois de quase duas décadas de dedicação, glórias e títulos, antigos atletas do Clube Desportivo 1.º de Agosto vivem hoje uma dura realidade. Os descontos feitos mensalmente para a Segurança Social nunca terão sido entregues ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

A denúncia, há muito comentada nos bastidores do desporto nacional, foi confirmada por Ambrósio Miller, uma das figuras mais emblemáticas do basquetebol angolano, que lamenta o “tratamento injusto” dado aos atletas após o fim da carreira.

Segundo Miller, muitos desportistas do clube descobriram apenas recentemente que não possuem registo efectivo de contribuição, apesar dos descontos feitos regularmente ao longo dos anos. O caso, segundo fontes ligadas ao desporto, poderá abranger também outras modalidades, o que levanta sérias dúvidas sobre a gestão das contribuições sociais no sector.

As denúncias ganham peso após as declarações recentes do presidente do Conselho de Administração do INSS, Anselmo Monteiro, que reconheceu que “a maioria das instituições religiosas e clubes desportivos não garante protecção social aos seus membros”.

Monteiro recordou que, embora o Decreto Presidencial de 2022 tenha estabelecido o regime jurídico da protecção social obrigatória para os praticantes desportivos profissionais, a aplicação da lei tem sido deficiente, devido à falta de divulgação e de sensibilidade por parte dos clubes e dos próprios atletas.

De acordo com dados oficiais, mais de três mil empresas angolanas acumulam dívidas superiores a 100 mil milhões de kwanzas em contribuições sociais, um cenário que revela um problema estrutural e generalizado de incumprimento.

A falta de repasse das contribuições deixa muitos atletas sem direito a pensões ou benefícios sociais, privando-os de uma protecção essencial após o fim da carreira. Para vários ex-jogadores, o que deveria ser um período de descanso e reconhecimento transformou-se em incerteza e frustração, agravada pela ausência de respostas concretas das entidades responsáveis.

Além do impacto individual, o caso reacende o debate sobre a transparência na gestão desportiva e a necessidade de reforçar a fiscalização das entidades patronais, sobretudo num sector que movimenta recursos significativos e leva o nome de Angola às competições Internacionais.

Até ao momento, nem o Clube 1.º de Agosto nem o INSS se pronunciaram oficialmente sobre o caso.

Entretanto, à medida que surgem novas revelações, cresce a expectativa de uma investigação profunda que permita apurar responsabilidades e garantir justiça social aos atletas que, durante anos, representaram o país com orgulho e dedicação.

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