Aumento salarial previsto pelo OGE/2026 pode agravar especulação de preços, alerta economista – Correio da Kianda

O economista, José Lumbo, disse este sábado, que o aumento salarial de cerca de 10% para os trabalhadores da Função Pública em Angola, iniciativa prevista pelo Orçamento Geral do Estado (OGE) do próximo exercício económico de 2026, vai, ao contrário do que se espera, “dar mais pressão para a especulação de preços” no mercado.

A medida pretende valorizar os servidores públicos e adequar os vencimentos ao contexto económico actual, de acordo com uma nota avançada pela Angop.

Entretanto, José Lumbo avançou que a medida viável para a reposição do poder de compra das famílias e a devolução da liquidez às empresas, só será possível por meio da deflação, e não com o aumento salarial, conforme se tem verificado.

O especialista entende que Angola deve focar-se essencialmente na produção interna, sublinhando a importância da aplicação de medidas por parte do Estado que compensem as despesas dos agentes económicos.

José Lumbo disse também que a implementação de transportes públicos, por exemplo e outras medidas com impacto directo na vida do cidadão, podem causar alívio na sexta de gastos da população num determinado período.

Em conferência de imprensa, que serviu para apresentação pública do OGE, a Ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa destacou que constam também das prioridades do OGE, a reposição do poder de compra das famílias e a devolução da liquidez às empresas, para que elas possam exercer a sua actividade e criar empregos, sendo um parceiro fundamental para ajudar o Estado a reduzir o desemprego e os níveis de insegurança alimentar no país.

Importa referir que Vera Daves anunciou também o alargamento da isenção do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT) para os funcionários que ganham até 150 mil kwanzas, contra os actuais Kz 100 mil.

A Proposta do OGE/2026 fixa receitas e despesas públicas avaliadas em 33 biliões de kwanzas.