A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) recomendou aos chefes de Estado a suspensão temporária da Guiné-Bissau da organização, no seguimento do golpe de Estado no país.
A decisão saiu da reunião do conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros da organização, realizada nesta sexta-feira, em formato virtual.
“O Conselho de Ministros recomenda a suspensão temporária da Guiné-Bissau, a ser decidida na Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, e a transferência da presidência pro tempore da organização para outro Estado-Membro”, lê-se no comunicado enviado no final da reunião online que juntou os chefes da diplomacia dos países lusófonos.
De acordo com a emissora de rádio e televisão alemã, que noticia a decisão, na reunião foi analisada “com profunda preocupação a situação política e institucional na Guiné-Bissau, após o golpe de Estado ocorrido a 26 de novembro de 2025”.
Os chefes da diplomacia dos países lusófonos decidiram também “constituir uma Missão de Bons Ofícios de Alto Nível que será enviada para a Guiné-Bissau no mais breve período de tempo”.
No documento os diplomatas afirmaram “condenar veementemente a interrupção do processo eleitoral em curso, considerando que tal constitui uma grave violação aos princípios democráticos e da vontade soberana do povo guineense” e consideram que houve uma “rutura institucional” que compromete a estabilidade política e a ordem constitucional.
Os chefes da diplomacia dos sete países lusófonos que participaram na reunião exigem a “libertação imediata e incondicional” de todos os detidos e a “retoma urgente da ordem constitucional”.
Esta 17.ª reunião extraordinária do Conselho de Ministros, composto pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, reafirmou o compromisso da CPLP “com os valores da democracia, da legalidade e da solidariedade entre os seus Estados-Membros” e manifestou “disponibilidade para apoiar, de forma concertada, todos os esforços que conduzam ao restabelecimento da normalidade institucional na Guiné-Bissau”.
O Alto Comando Militar tomou o poder a 26 de novembro, três dias depois das eleições gerais, presidenciais e legislativas, e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados eleitorais.
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