Os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) decidiram, esta segunda-feira, suspender a participação da República da Guiné-Bissau em todas as actividades da organização, na sequência do golpe de Estado ocorrido a 26 de novembro de 2025.
A decisão foi tomada durante a I Conferência Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em formato virtual, no dia 16 de Dezembro, com a participação de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
No comunicado final, os líderes expressaram profunda preocupação com a situação política e institucional na Guiné-Bissau, condenando de forma veemente a interrupção do processo eleitoral, considerada uma grave violação dos princípios democráticos e da vontade soberana do povo guineense.
A CPLP instou à retoma urgente da ordem constitucional e à reconciliação nacional, sublinhando que estas são condições indispensáveis para a paz, a estabilidade e o desenvolvimento do país. Os Chefes de Estado e de Governo exigiram ainda, com carácter de urgência, a apresentação de provas de vida, garantias quanto à integridade física das pessoas detidas no contexto da crise política e a libertação imediata e incondicional dos mesmos.
O encontro saudou o comunicado final da XVII Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, realizada a 5 de Dezembro de 2025, e acolheu a decisão de constituir uma Missão de Bons Ofícios de Alto Nível, a ser enviada à Guiné-Bissau com vista à mediação da crise.
Os líderes tomaram igualmente nota do comunicado do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, que encarregou a Comissão da UA, em articulação com a CEDEAO, a CPLP e outros parceiros internacionais, de apoiar o país no seu regresso rápido à normalidade constitucional.
Apesar da suspensão, a CPLP manifestou solidariedade fraterna com o povo guineense e reafirmou a disponibilidade para apoiar, de forma concertada, todos os esforços conducentes ao restabelecimento da normalidade institucional.
A conferência saudou ainda a disponibilidade de Timor-Leste para assumir a presidência pro tempore da CPLP e exortou os Estados-membros a procederem, com brevidade, à ratificação dos Estatutos revistos da organização, aprovados em Luanda, em 2023.
Em representação de Angola, participou na sessão o ministro das Relações Exteriores, Téte António.
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