A pesquisa denominada “o contributo dos países árabes e de maiorias muçulmanas na Luta de Libertação Colonial para a Independência de Angola”, revelou que, estes tiveram um papel fundamental, crucial e decisivo para a libertação colonial e independência de Angola, alcançada na madrugada de 11 de Novembro de 1975.
Sob égide do Conselho Islâmico em Angola (Consia), liderado por Sheik Oumar Altino Miguel, o estudo, revela igualmente que “os líderes, os guerrilheiros e os movimentos de libertação colonial nomeadamente FNLA, MPLA e UNITA, tiveram apoios de hospedagem, refúgio, formação militar, político e ideológico, diplomático, logístico e financeiro destes países árabes e de maioria muçulmana.
“O movimento pan-africanismo, a irmandade, a amizade e a solidariedade foram as bases principais que moveram os países Árabes africanos e de Maioria Muçulmanos para os apoios e contribuições na Luta de Libertação Colonial para a Independência de Angola” sublinha o dossiê consultado pelo Correio da Kianda.
A pesquisa do Consia, diz que não ter encontrado historial ou registo factuais que indicam um belisco ou mau clima entre estes países com a República de Angola, e muito embora a guerra de colonização que durou 14 anos fosse crucial e decisivo, para a conquista da independência de Angola, porém a independência de Angola foi alcançada por via de negociações e acordos diplomáticos, e entre as partes, dito de outro modo não houve rendição ou derrotas militares explicitas no teatro das operações.
O material científico cita que “o embaixador palestiniano em Angola, Jubrael Alshomalli, destacou que a Palestina apoiou activamente a luta de libertação contra o regime colonial português e que há palestinianos que participaram dessa luta em Angola chegando até a morrer no território angolano. Durante os anos da luta anticolonial, alguns palestinianos receberam treino em campos de formação que foi útil para apoiar o MPLA ou outro tipo de guerra política na região, embora detalhes específicos sejam escassos” frisou.
De acordo com a publicação compilada em mais de 10 páginas, o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina com a sigla em árabe, (OLP), Saeb Erekat, mencionou Angola como um país que compartilha história comum de luta, reforçando que o apoio angolano não se limita à diplomacia, mas representa um princípio moral firme, ao 11 de Novembro de 1975, na véspera do discurso da independência de Angola proferido pelo Presidente, António Agostinho Neto, frisa que somos solidários da luta do povo palestinos contra o Sionismo”.
A colaboração com outros países africanos, como o Sudão que fez parte de um esforço colectivo, junto com países como a Tanzânia, Zâmbia, Argel, e outros, foi fundamental para apoiar a luta pela independência de Angola.
“Muitas vezes, os países africanos colaboraram no fornecimento de armas, treinamento e apoio diplomático aos movimentos de libertação de Angola. O Sudão foi uma peça chave nessa rede, pelo facto de durante a Guerra Fria, o país assim como outros países africanos, desempenharem um papel importante em equilibrar a influência das potências globais em África. Embora o Sudão não tenha sido uma superpotência militar, o país ajudou na mediação de apoio internacional, com destaque para a pressão contra as potências coloniais e imperialistas” refere.
O papel do Sudão é evidenciado de acordo com a pesquisa do Conselho Islâmico em Angola (Consia), como parte de uma frente africana unida, fez parte de uma estratégia maior de contestação ao domínio colonial português e à interferência de potências como os Estados Unidos e a União Soviética na África.
Esta pesquisa de acordo com especialistas em relações internacionais, é vista como um elemento de reforço das relações dos países cujos processos de independência tiveram influência directa ou indirecta árabe, com a maioria muçulmana num contexto de forte descriminação da referida crença no mundo globalizado, onde muitos cidadãos destas geografias são tidos como terroristas e extremistas.
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