Redução da taxa de inflação não reflecte um alívio económico pleno, diz economista – Correio da Kianda
O economista, José Lumbo, disse hoje, 19, à Rádio Correio da Kianda, que o diagnóstico feito pelo FMI, não constitui novidade económica, mas vem confirmar aquilo o que os dados estruturais da economia angolana vêm sinalizando desde 2024, onde o problema central não passa pela inflação, mas a fragilidade do crescimento económico num contexto de forte restrições financeiras que afectam maioritariamente as empresas.
Apesar do alívio gradual da inflação, Angola continuará a enfrentar crescimento económico fraco e fortes pressões financeiras nos próximos anos, sobretudo devido ao elevado serviço da dívida, segundo a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que concluiu esta quinta-feira, 18, as consultas ao país no âmbito do Artigo IV.
Para José Lumbo, esta redução da taxa de inflação reflecte apenas números estáticos e não um alívio económico pleno, devido ao facto de o país ser bastante dependente da estabilização cambial, o que contradiz a actual realidade do poder de compra das famílias, que continua comprometido sobretudo para a classe de baixo rendimento.
“O sector privado ainda permanece asfixiado por outros custos financeiros elevados, e muitas vezes pela burocracia e da incerteza cambial”, sublinhou.
Na avaliação da equipa do FMI, liderada por Mika Saito, o abrandamento da economia em 2025 com crescimento estimado em 1,9%, contra 4,4% em 2024 resulta da queda dos preços e da produção petrolífera, bem como do desempenho ainda moderado do sector não petrolífero. Para 2026, o FMI antecipa uma expansão igualmente contida, em torno de 2,0%, sinalizando que a retoma deverá ser lenta.
Embora a missão reconheça que as pressões inflacionistas continuam a diminuir, a inflação deverá encerrar 2025 ainda em níveis elevados, cerca de 17,2%, mantendo-se como um dos principais desafios macroeconómicos.
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